sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pastoral dos Surdos comemora 33 anos de fundação

Comemorando 33 anos de fundação, a Pastoral dos Surdos festejou em missa de ação de graças realizada no Santuário de Schoenstatt, presidida pelo padre Willian Rufino, da Paróquia Sangue de Cristo, no Andaraí, dia 21 de setembro.
A Pastoral dos Surdos teve início em 1981 por um grupo de alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), com o apoio das Irmãs Beneditinas, do monsenhor Vicente de Paulo Penido Burnier, primeiro sacerdote surdo brasileiro, e da professora Orquidea Bahia, para iniciar o Grupo de Jovens Surdos Católicos.
Na origem deram o nome de Deficientes Jovens Unidos a Cristo (Dajuc). Inicialmente o objetivo era aprofundar as Sagradas Escrituras e se reunir como jovens na igreja Cristo Redentor, em Laranjeiras. Com o passar dos anos e o lançamento, em 2006, da Campanha da Fraternidade, cujo tema foi “Fraternidade e pessoas com deficiência”, a presença dos deficientes físicos e auditivos se tornou cada vez maior.
Há quatro anos, a Arquidiocese do Rio conta com a Pastoral da Pessoa com Deficiência, além das diversas ações dos surdos e dos intérpretes católicos: no programa “Utilidade Pública em Ação” na Rádio Catedral e nas sete comunidades com intérpretes de libras Coração Imaculado de Maria, no Méier, Paróquia Bom Jesus da Penha, na Penha, Paróquia Santa Margarida Maria, na Lagoa, Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, em Copacabana, Paróquia São Francisco Xavier, na Tijuca, Paróquia Santo Antônio, na Pavuna e Paróquia São João Bosco, no Riachuelo.
A Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese do Rio funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 17h, no Edifício João Paulo II, na Rua Benjamin Constant, 23 / 3º andar, na Glória. Mais informações pelo email pasped@arquidiocese.org.br.

Fonte: arqrio.org

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"No sorriso do meu filho Down descobri um grande tesouro"

Roma, 03 de Setembro de 2014 (Zenit.orgFederico Cenci 

Percorrendo os artigos publicados em ZENIT em uma quinta-feira quente do agosto europeu, me deparei com as declarações do conhecido biólogo Richard Dawkins, segundo o qual seria "imoral" dar à luz a crianças com síndrome de Down. Como uma lâmina que atravessa o coração, as palavras penetram através dos olhos de minha mãe e causam "confusão, dor e um monte de surpresa". É assim que Mena Dessolis, originária de Mamoiada, cidade empoleirada no interior da Sardenha, decidiu usar um pouco de tempo dos seus compromissos diários para escrever à redação o seu testemunho de mãe de três filhos, dentre os quais, Gabriele, com síndrome de Down.
Não é motivada por nenhuma retórica. O que ela diz, o faz à luz de uma vida passada com a força e a doçura próprios de cada mãe. Depois de duas filhas, agora com vinte e poucos anos, Mena teve 14 anos atrás, Gabriele. Ele é o motivo de sua reação ao artigo sobre o peremptório e imprevidente tweet do cientista britânico. Uma reação carregada de dor, “porque - disse - não tem a menor consciência do que seja a síndrome de Down, que sim traz muitas dificuldades, mas 'estranhamente' também muita riqueza e amor".
Depois de um momento de surpresa, com a cabeça fria Mena reconhece, porém, que a atitude de Dawkins é só a expressão mais tristemente sincera de uma cultura generalizada, na qual “ter uma posição, 'ser alguém' são os objetivos de um homem preso na convicção de que o sentido da vida está no imediato e tangível". Trata-se - acrescenta - "do engano do homem de hoje e de sempre".
É, portanto, para combater esse engano - de acordo com Mena - que "é cada vez mais urgente, importante, necessário, que nós, pais de crianças chamadas "deficientes" dêmos a conhecer este mundo subterrâneo e que como tal assusta”. Um mundo - diz Mena refletindo sobre sua experiência - "onde o tempo assume um outro aspecto que não é o de “morder e correr", da pressa, dos resultados imediatos, que caracteriza a sociedade".