sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Verdadeiros Guerreiros da Inclusão



Um grupo de pessoas engajadas na luta pela inserção social e pelo cumprimento de seus direitos. Esses verdadeiros guerreiros da inclusão compõem a Pastoral da Pessoa com Deficiência, que na última quarta-feira, 7 de dezembro, realizou o II Seminário de Inclusão Social, na Sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que contou com a presença do Bispo Auxiliar, Dom Antônio Augusto.


Através do tema “Teologia da Inclusão, Desafios e Caminhos Possíveis”, o encontro buscou debater sobre os avanços, as conquistas e os desafios da pessoa com deficiência. As quatro áreas da Arquidiocese que lidam com deficiências também participaram: Movimento Fraternidade Cristã de Deficientes, Pastoral da Pessoa com Deficiência, Pastoral dos Surdos e representantes do Fórum Permanente.


Diante da época de acolhimento representada pelo advento, Dom Antonio ressaltou a importância de acolher as pessoas com deficiência no âmbito da Igreja. Segundo ele, é preciso dar condições concretas de acessibilidade aos deficientes, mas principalmente um acolhimento espiritual:

“Quem vos recebe, a mim me recebe” (Mt, 10,40). Esse é o acolhimento que deve estar na parte mais profunda da espiritualidade das pessoas. Aqueles que possuem alguma deficiência, também os idosos, merecem um acolhimento muito maior, que é esse acolhimento da caridade, da atenção. Esse é o grande trabalho da Igreja, afirmou.


Dom Antonio incentivou os presentes a não desistirem diante das dificuldades e a acreditarem na Palavra de Deus:

”Às vezes as limitações nos colocam em uma esfera muito pequena, nos diminuem, mas nós estamos abertos à Palavra de Deus. (...) O pastor, e daí vem a palavra Pastoral, só exerce bem o seu pastoreio se ele souber também ser ovelha. E assim como Jesus conheceu as suas ovelhas, nós devemos conhecer bem as pessoas, viver em comunhão e nos aproximar das necessidades das pessoas.”


A palestra que se seguiu foi ministrada pelo jesuíta e membro do Fórum da Pessoa com Deficiência, Padre Geraldo Nascimento, da diocese de São Paulo. Ele abordou a igualdade dos deficientes na sociedade à luz da Teologia da Inclusão. Todo o conteúdo exposto na palestra foi traduzido em libras.


”Jesus não faz distinção entre as pessoas. Se eu penso que a deficiência é uma dificuldade, então eu não entendo a Pastoral da Pessoa com Deficiência. Não podemos olhar para a pessoa com deficiência com pena. Precisamos assimilar com o coração. Deus não olha as aparências”, ponderou Padre Geraldo, que também motivou os participantes e afirmou que o movimento das pessoas com deficiência já conseguiu muitas conquistas:
”Temos os direitos internacionais da pessoa com deficiência, o ano internacional da pessoa com deficiência e rampas de acesso na cidade. Mas esse é só o começo. Não podemos ser os últimos”.

Após a palestra, os presentes se reuniram em grupos para debater e trocar experiências. A coordenadora do Ministério do Acolhimento da Igreja São Paulo Apóstolo, Michelle Neves, afirmou que em sua Paróquia há um grande número de cadeirantes.

“Sempre que posso participo das reuniões da Pastoral da Pessoa com Deficiência. Na minha Paróquia temos um grande número de cadeirantes e estamos criando propostas para melhor atendê-los. Queremos visualizá-los”, afirmou.


Membro da Pastoral dos Surdos, Irmã Mercedes também deu o seu testemunho, que foi traduzido por uma intérprete:

“Antes, a Igreja tinha uma imagem muito fechada. Hoje, ela está mudando”, disse.

Agradecimento à Deus pela Pastoral

Após a palestra houve uma celebração, presidida pelo Assessor Eclesiástico da Pastoral da Pessoa com Deficiência, Padre Jayme Oliveira e concelebrada pelo Padre Geraldo Nascimento. A celebração foi inteiramente traduzida em libras e a homilia, em especial, foi traduzida pelo próprio Padre Jayme.

”Hoje é um dia de muita alegria, pois vemos que a Pastoral caminha. Esse é o caminho da Pastoral. Caminhar pouco a pouco e se tornar conhecida para que todos que se encontrarem com ela se sintam felizes”, afirmou.


Padre Jayme ressaltou ainda que a Pastoral da Pessoa com Deficiência deve ser um lugar para agregar a todos e agradeceu a Deus pelos trabalhos realizados esse ano pela Pastoral.


”A Pastoral deve se tornar um local de alivio, de descanso. Hoje, encontramos muito preconceito, dor e principalmente muitos problemas que nos afastam. Queremos sorrir, dar bom dia, chorar de saudade e não de tristeza. Deus é simples. Hoje, agradecemos a Deus pela Pastoral que Ele nos entregou. A festa do coração é a festa do coração de Deus”, pregou.


Pastoral da Pessoa com Deficiência

Os trabalhos visando a pessoa com deficiência começaram com a Campanha da Fraternidade de 2006, que abordou o tema “Fraternidade e Pessoa com Deficiência”. Segundo a membro do grupo gestor da Pastoral, Sheila Melo, diante do envolvimento de tantas pessoas, a atuação não parou por ai:


”Sentimos a necessidade de continuarmos trabalhando o tema, assim como as questões da pessoa com deficiência”, explicou Sheila.


A partir daí foi criado o Fórum Permanente da Pessoa com Deficiência, como um espaço para discutir os direitos dos cidadãos, as políticas públicas e partilhar experiências em todas as deficiências. Com o fortalecimento dos trabalhos do fórum nasceu a Pastoral da Pessoa com Deficiência. Há um ano atrás, em outubro de 2010, a Pastoral ganhou uma sala fixa na Sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, localizada no 3º andar do Edifício João Paulo II.


”Antes, a Igreja tinha trabalhos pontuais com os deficientes, como a Pastoral dos Surdos e a Catequese Especial. A Pastoral da Pessoa com Deficiência vem agregar essas deficiências e outras também. Hoje completamos um ano de fundação. Ainda sentimos que é um trabalho inicial, mas Graças a Deus sentimos a Igreja muito mais próxima e envolvida com essas questões”, pontuou Sheila.


As reuniões da Pastoral são mensais, nas primeiras quartas-feiras. O telefone para contato é o 2292-3132 – Ramal 250.

Fonte: Portal da Arquidiocese

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