A Arquidiocese do Rio de Janeiro conta agora
com a Pastoral do Cego, fundada no dia 19 de setembro com missa celebrada pelo
frei César dos Santos. A celebração aconteceu em uma das sedes da Congregação
de Nossa Senhora da Glória (Sodalício da Sacra Família), que acolhe mulheres
cegas.
A nova pastoral completa as quatro áreas da
deficiência que a Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese do Rio
(Pasped) pretende atender. As outras três já tinham representação dentro da
Pasped, com a Pastoral do Surdo, o Movimento Ecumênico Fraternidade Cristã de
Pessoas com Deficiência, para cadeirantes, muletantes e outros, e o Movimento
Fé e Luz, que acolhe pessoas com deficiência intelectual.
“Ainda não tínhamos atendido as quatro áreas
da deficiência, que são a visual, a física, a intelectual e a surdez. Faltava
um trabalho mais sistemático com relação aos cegos, embora eles já estejam
incluídos em nossos trabalhos. Faltava uma coordenação, um local para que
pudessem se encontrar e algumas ações e atividades específicas voltadas para a
realidade do cego”, explicou o assessor nacional da Pasped e coordenador
arquidiocesano Cesar Bacchim.
Segundo ele, a Campanha da Fraternidade de
2006, cujo tema foi “Fraternidade e Pessoa com Deficiência”, ajudou a despertar
a Igreja para a realidade dessas pessoas e indicou caminhos para novas
possibilidades de atendimento pastoral inclusivo.
Deficiência visual
A deficiência visual é determinada pela perda
total ou parcial da visão, e afeta mais de mais de 6,5 milhões de pessoas em
todo o Brasil, o correspondente a 3,5% da população nacional. Desse número, a
maioria é de pessoas com baixa visão. Desde 1961, o Brasil tem um dia dedicado
a essas pessoas, para se pensar propostas e soluções que facilitem a vida deles
e façam com que tenham acessibilidade: 13 de dezembro. Mas ainda assim eles
enfrentam muitas dificuldades.
“A Igreja é uma Igreja aberta e inclusiva. Mas
não podemos permitir que essa expressão seja vaga. Precisamos de uma Igreja que
de fato inclua, especialmente as pessoas com deficiência. Para o caso dos
cegos, que escutam, temos um projeto de trazer para as pessoas da pastoral a
Bíblia falada, para que possam ouvir a palavra de Deus através do próprio
celular”, contou Bacchim.