segunda-feira, 18 de julho de 2016

Ação inclusiva da Pastoral dos Surdos

Já faz 20 anos que a Pastoral dos Surdos funciona na Basílica do Imaculado Coração de Maria, no Méier, respeitando a identidade e a cultura das pessoas com deficiências auditivas e valorizando a vida e todas as suas potencialidades. Atualmente, o grupo é frequentado por 34 pessoas surdas.
Confiada aos padres claretianos, a paróquia é uma das sete na cidade do Rio de Janeiro que conta com a presença de intérpretes de Libras, (Língua Brasileira de Sinais), utilizada como instrumento e mediação do diálogo com os outros e com Deus.
Além de possibilitar aos surdos um espaço dentro da comunidade paroquial para o testemunho de vida cristã e o engajamento nos diversos serviços e ministérios, o trabalho pastoral busca eliminar o preconceito, o individualismo e a discriminação, presente ainda hoje nas famílias, nas escolas e no mundo do trabalho.
Margareth Maria Lessa Gonçalves, intérprete da paróquia, contou que a Pastoral dos Surdos nasceu a partir da vontade de um grupo de surdos de participar da paróquia. “Um grupo de surdos veio à paróquia perguntar se haveria alguém disposto a aprender e ensinar a língua de sinais para que eles pudessem participar das celebrações da Basílica do Imaculado Coração de Maria. O pároco, na época, concordou e o trabalho foi iniciado”.
A pastoral busca integrar o surdo com a Igreja, permitindo o contato com a fé  católica, na vivência de espiritualidade de proximidade e misericórdia. São ações que visam uma vida em comunidade, sem preconceito, exclusão e individualismo. A tarefa principal da pastoral é a promoção humana através do anúncio de Jesus Cristo.

Segundo a intérprete, conforme o tempo passa, os surdos vão entendendo as celebrações e passam interagir de forma prática. Isto é também um dos objetivos do trabalho realizado na paróquia. “Procuramos formar pessoas capazes de catequizar e dirigir celebrações, superando as dependências de cada um”, afirmou.
A paróquia também dispõe de uma oficina para pessoas que queiram aprender o universo da Língua Brasileira de Sinais. “É um espaço aberto para moradores do bairro que querem aprender um pouco desta cultura e ajudar no trabalho”, explicou Margareth, que percebe esta ação como uma forma de multiplicar a questão da acessibilidade.
Margareth enxerga na existência da pastoral a importância da prática da fraternidade, da igualdade e da vivência do amor de Deus. “Somos todos filhos de Deus, e nas pastorais vemos isso. Filhos de um Deus que ama a todos de forma igual. É essa acessibilidade, de que todos os filhos de Deus possam vir à casa do Pai”, concluiu.
Referência em trabalho social, a comunidade da Basílica do Imaculado Coração de Maria participou da Peregrinação da Pastoral da Pessoa com Deficiência (Pasped) à Porta Santa na Catedral de São Sebastião, no dia 11 de junho, e na semana seguinte foi para Londrina participar do Encontro das Obras Sociais dos Claretianos no Brasil, junto com o pároco Júlio Cesar Melo Miranda.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé, página 8

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